segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O FUNK e os rolezinhos

Leonardo Sampaio

O Funk Ostentação alimenta sonhos de riqueza pessoal e inspira a juventude negra que busca frequentar os shoppings como lugar de beleza e consumo dos produtos de marca, para se igualar a classe "A", como é cantado em poesia do Funk.
A fonte inspiradora desse Funk Ostentação começa nos Estados Unidos e Canadá e chega ao Brasil, com a grande força da ascensão de uma classe média de maioria negra que se formou no país nesses últimos dez anos e que é induzida ao consumo a partir das facilidades de créditos do mercado capitalista de ideologia excludente e individualista.
Acontece que para essa classe média negra, o único espaço de lazer e consumo que visualizam para ostentar os seus desejos e necessidades são os shoppings e na sua ancestralidade afro enquanto grupo étnico racial ele trás uma cultura da coletividade, da circularidade, da musicalidade e da expressão corporal como estilo de vida. Isso é visível nas diversas formas de expressões culturais como: o hip-hop, rap,  capoeira, a ciranda, a dança do coco, a roda de samba, a quebra do coco, a farinhada e tantas outras manifestações, são coisas que não tem como negar, estão em suas raízes e não podia ser diferente a busca de se articular para curtir juntos às belezas que estão à vista. No entanto, os shoppings foram feitos pra brancos, a presença de negros nunca foi bem vinda, conhecemos muitos depoimentos de pessoas negras que passaram por constrangimentos em ambientes ditos não seus e sabemos as expressões como são tratados.
O que os donos de shopping não perceberam ainda, é que essa classe média originária do negro e do índio no Brasil, é hoje a maior consumidora no país de produtos de marca, porque ela quer se ver como classe “A”, como gente bonita, reconhecida como morena e que muitas vezes vira loira pra amenizar o racismo e não ser chamada de negra ou negro de forma pejorativa, já que a expressão é simbolo de coisa ruim em tudo que se fala.

É preciso compreender que esse conjunto de coisas e sentimentos de pertença é a inspira os rolezinhos que buscam espaços para lazer, consumo, felicidade, qualidade de vida e dignidade que sempre lhes foi negado e mesmo sendo uma classe vista como subalterna pela cor da pele, mas é nos mecanismos de mercado do sistema capitalista  que se veem para manter a ostentação do luxo e da beleza que o branco sempre usou e no blog http://miscerratenses.blogspot.com.br/2014/01/funk-ostentacao-e-hip-hop-mas-o-hip-hop.html?spref=tw os textos e vídeos revelam a expressão e a linguagem vinda da favela instigando ao consumo da classe "A", como o ouro, carrões e figurino de marca como é ouvida no grito de guerra dessa juventude funqueira.  

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