sábado, 24 de dezembro de 2016

Jesus Cristo é um pai d'égua

Leonardo Sampaio
Ô anozim carregado,
esse Dois Mil e Dezesseis.

Logo de cara,
começa com a presidenta eleita,
sem poder, para governar.

Era futrica pra todo lado.

Um congresso corrupto,
todim eleito pelo povo
das quebras dos Sertões,
dos bairros e favelas
Ribeirinhos, Parafinas
Tribos e quilombolas.

Por outro lado,
uma classe média carcomida,
uma burguesia pilantra,
Corrupta  e corruptora,
Uma justiça seletiva,
como sempre foi.
Antes, só contra preto e pobre
Agora no campo político,
pra derrubar a presidenta,
ela, uma pessoa séria e honesta,
que não se dobrou às negociatas corruptivas.
Razão para o golpe midiático, judiciário, empresarial e parlamentar.
Se armaram e tiraram-na da presidência.

Era apenas mais uma intervenção estrangeira no Brasil,
e a burguesia colonialista, escravocrata, retoma o poder.
Sem voto.
Não admitem uma política econômica que beneficie os mais humildes.
Consideram gastos,
e não investimentos, na qualidade de vida
da pessoa humana, sofrida,
e com direitos negados.

O golpe instalou-se.
Motivo?
Reinstalar o Brasil Colônia, escravocrata,
com os interesses internacionais,
no mercado brasileiro.
Venda do Pré-sal, a empresas Norte Americana.

A constituição foi rasgada.
Os verdadeiros corruptos, assumem o poder,
as panelas cheias se calaram contra a corrupção.

São classe média arrogante, racista e homofóbica,
querem apenas o poder,
para estarem junto a classe política empresarial.
São os buchas da classe burguesa.

Ainda veio uma eleição municipal,
carregada de ódio,
com mais um jogo da burguesia,
botando pobre contra pobre,
mentindo, com cara de anjos,
para se fortalecerem nos municípios,
e darem outro golpe em 2018.
Com eleição indireta, essa é a meta.
Ô raça rui! Mas só cai na conversa quem é besta.

Eles falam num deus, que só serve pra eles.
Não conhecem o Menino Jesus,
apenas Papai Noel.

Detestam Jesus Cristo,
porque escolheu os pobres,
e foi muito claro, de que lado estava:
“É mais fácil um Camelo passar no buraco de uma agulha,
do que um rico entrar no Reino do Céu”.
“Ai de vós, que acumula riqueza, sobre riqueza”.
Esse Cristo é um pai d’ égua!!!
É um cabra arretado, desembuchado,
não abriu mão de suas convicções,
nem quando foi preso e torturado até a morte,
Ele fez foi ressuscitar e disse tô aqui de novo,
sou a verdade e a vida.
Por isso que eu gosto desse cabra réi,
que veio para libertar os pobres
e discatitar os poderosos,
com o Reino de Deus,
de justiça, amor e fraternidade
e ainda, reconstruir uma nova terra,
um novo mar,
um novo homem,
uma nova mulher,
que se amem
e amem tudo que Deus criou,
preservando a natureza, o planeta,
e a vida acima de tudo,
e assim eu digo.
Um feliz Natal e Ano Novo de confraternização,
interação, inclusão e muito amor, na mente e
no coração.

Até 2017.

20/12/2016

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Garrafa Pet recicla plástico

 Leonardo Sampaio

Respeito à natureza
E a biodiversidade
É obrigação de todos
Pra vida ter qualidade
Em nossa Casa Comum
Sem agressão a nenhum
Pra viver em sociedade.
 
A consciência ecológica
É uma coisa obrigatória
Conservar todo planeta
Será uma grande glória
Reciclar é necessário
Torná-lo utilitário 

O projeto a apresentar
O plástico é armazenado
Dentro de garrafa pet
Para não ser mais jogado
Em terreno ou lixão
Onde o mosquito papão
É produzido e criado.
 
O benefício é imenso
O planeta vai ganhar
Se o plástico for guardado
A vida vai vigorar
Com a terra não poluída
E agressão sendo excluída
A vida vai melhorar.
 
Se o plástico na cozinha
E também na sua empresa
For na Pet engarrafado
Vai trazer outra riqueza
Com nova utilização
Em jardim ou construção
Dando vida a natureza.
 
Dentro da sua residência
Também precisa cuidar
Nenhum plástico na rua
Todos precisam guardar
Dentro da garrafa Pet
Nem que chova canivete
Plástico é pra reciclar.
 
Se toda escola fizer
Reciclagem na cozinha
E no recreio das crianças
Com o saco de farinha
Sal, xilito ou macarrão,
Arroz, biscoito ou feijão,
É a educação que caminha.
 
Se a reciclagem for feita
O projeto ficará
Definitivo na terra
E se edificará
Engarrafando seu plástico
O mundo será fantástico
E a terra conservará.
 
O plástico de petróleo
Tem a longa duração
Serão 400 anos
Sem a deterioração
Poluindo o ambiente
Deixando o solo doente
Sem ter a preservação.
 
Mudando a destinação
E o plástico recolher
Soque dentro da garrafa
Veja o que vai acontecer
Ficam todas coloridas
E deixando elas unidas
Seu jardim lhe dá prazer.
 
A garrafa estando cheia
Passa a ter outra riqueza
Em paredes e jardins
Protegendo a natureza
Dando ao plástico outros fins
Segui destinos afins
Que produz outra beleza.
 
Só depende de você
E de toda boa vontade
Seja na escola ou trabalho
Mude essa realidade
Se organize lá no campo
Segure bem o seu trampo
Faça mudar sua Cidade.
 
É uma ação de formiguinha
Parece não render nada
A cada garrafa cheia
É uma sensação danada
De realizar grande missão
Dá logo satisfação
Que cumpriu uma jornada.
 
Acredite que dá certo
Junte plástico por dia
Na cozinha e no trabalho
Recicle com alegria
Colabore com a limpeza
Preservando a natureza
Tendo a Pet como guia.
 
O apelo do planeta
É sempre muito gritante
Devido ao bicho homem
Que se acha um gigante
Produz plástico sem limite
Que até doença transmite
E a agressão é impactante.

Quando as pessoas reagirem
E fizerem a sua parte
Tirando o plástico e Pet
E transformando em arte
Com projetos sustentáveis
As coisas ficam amáveis
E levanta o estandarte.
 
Faça limpeza na mente
Na alma e no coração
Se apegue a divindade
Tenha atitude e ação
Conclame até na Igreja
Para que o fiel proteja
A vida e a preservação.
 
Do meu lixo cuido eu
E o planeta todos nós
Se ele é a Casa Comum
A proteção está em vós
Pra se cuidar da mãe terra
A garrafa não se enterra
Faz jardim de girassóis.
 
Faça em suas orações
As profundas reflexões
Sobre o meio ambiente
Quais são as obrigações
 Com os bens que Deus criou
E o homem a transformou
Promovendo destruições.
 
No Gênese Deus já disse
Fez tudo com o cuidado
E a cada coisa que criou
Foi por ele preparado
Cada um em seu lugar
Pra o homem preservar
Da forma que foi criado.
 
Os estudos científicos
Já estão colaborando
Para o seu conhecimento
E os livros ensinando
Cuide do meio ambiente
E tem que ser permanente
A vida toda cuidando.
 
E o plástico engarrafado
É um grande instrumento
De cuidado com o ambiente
Nunca mais irá ao vento
Vai estar muito seguro
Pois é isso que ti asseguro
Com o tipo de invento.
 
Agora pra completar
Proponho o encerramento
Promovendo gratidão
Com todo esse intento
De sermos mais consciente
Cuidando do ambiente
Com muito entendimento.
 
10/12/2016
Dia dos direitos humanos.

sábado, 17 de setembro de 2016

Política, corrupção e o eleitor



Leonardo Sampaio

Virou modismo no Brasil, se falar em corrupção e atribuir ao governo Lula e Dilma de serem os inventores do tal descalabro na gestão pública. No entanto, já era comum se dizer que todo político é ladrão. Essa é uma acusação que se dá, devido as práticas visíveis nos superfaturamentos de obras e serviços executados pelas prefeituras, e pelo fato de o município ser a primeira instância de poder público mais próxima da sociedade, fica fácil das pessoas perceberem as ilicitudes, como: as riquezas dos gestores incompatíveis com os salários, o dinheiro fácil circulando na compra de votos, tanto nas esferas do executivo, como no legislativo.
Diante disso, o que acontece com o eleitor/a sobre esse dinheiro fácil no município? Na verdade, pouco importa ao eleitor/a, a origem dele. Isso porque, esse dinheiro vira uma moeda de negócio que envolve várias pessoas e de alguma forma parte dessa moeda é distribuída entre eleitores/as, muitas vezes sem chegar no bolso das pessoas, por ser transformada em favores e é esse favor que vira voto fiel, como agradecimento.
 Esse voto, talvez seja o mais complicado, porque ele parte de uma necessidade simples e dele nasce o político ladrão. E esse eleitor não se acha culpado por isso, ele  é um tipo de eleitor, que não interessa as consequências do voto, o importante para ele, é ser honesto com quem lhe serviu na hora precisa. O grave na atitude desse eleitor/a, é quando a pessoa a quem ele/a deve o favor, não é próprio político em que ele/a vai votar, mas sim, o atravessador, o negociante dos votos, o chamado cabo eleitoral, e nesse caso esse tipo de eleitor do favor, vota em quem ele indicar.
Esses casos acontecem muitas vezes sem que o eleitor nunca tenha nem visto o político em quem votou. Este, é um dos caminhos traçados pelos corruptos na caça dos votos, porque ele sabe que envolve as famílias e que um favor, geram vários votos seguros. Tem político que tira vários votos em um município sem nunca ter ido lá, simplesmente porque fez favor a alguém que tem famílias e amigos. São os eleitores que votam sem medir consequências. É o chamado analfabeto político.
Além destes votantes, há inúmeros perfis de eleitores, uns despolitizados, outros corruptos, alguns ingênuos e esses são os eleitores/as que elegem a corja de bandidos para os poderes executivos, legislativos e ainda influenciarem  na formação do judiciário, colocando seus pares ideológicos para particularizar os poderes públicos, como ocorre no Brasil de hoje.
Dessa forma, podemos até entender que é da inocência de pessoas e da maldade de outras, que a elite se elege e constitui o pior Congresso brasileiro de todos os tempos, o mais conservador, o mais corrupto, o mais despolitizado, o de maior número de empresários, de fundamentalista, ruralista, banqueiro, lobista, sindicalista pelego. Todos  financiados por grupos econômicos.
Nesse contexto é que foi formado o perfil da maioria do parlamento eleito em 2014 com o propósito de numa campanha já montada e articulada para a ofensiva estratégica de desmantelar o projeto desenvolvimentista em curso no país desde 2003, o projeto liderado pelo PT que elevou a qualidade de vida dos pobres e desarticulou o modelo econômico internacional sanguessuga das riquezas do Brasil, sob o comando do mercado Norte-americano e Europeu. O projeto que abriu novas fronteiras para outros continentes, antes isolados do país e que assim passou a promover riquezas divisas, soberania e auto estima da sociedade brasileira.
 Com esse projeto o Brasil se inseriu na formação do BRICS para formar uma economia independente, sem amarras do Euro e o Dólar. Foi essa política que incomodou a política e o grande empresariado americano com interesses na privatização neoliberal, para levarem o petróleo e outros produtos brasileiros rumo ao capital estrangeiro.
E o eleitor i que tem haver com isso? Essa é uma discussão que pouco importa para o eleitor que está lá nos municípios vivendo nos sertões, nos grotões, nas favelas, na periferia, nos campos, nas parafinas e ribeirinhos entregues à própria sorte. Para esses, qualquer favor lhe agrada e serão gratos com o único poder que tem, o voto. O que ainda lhes libertam, são os benefícios das políticas públicas compensatórias, mas quando a inflação corrói o pouco que tem, não dá para compreender que é uma crise do capitalismo internacional e que a mídia mente para influenciar no seu voto.
No entanto, é necessário perceber que todo e qualquer eleitor é municipalista, seja do campo ou da cidade, é lá onde ele mora, vive e convive com as outras pessoas, faz a política de vizinhança, percebe o que está em sua volta, arranja emprego, compra produtos, encontra a espiritualidade, constitui família, vota e elege os representantes, para gerenciar seus impostos e legislar normas de controle e fiscalização do funcionamento dos bens patrimoniais públicos e de desenvolvimento local. Então, a responsabilidade do eleitor com o seu próprio futuro e dos outros é de muita importância no momento de votar. Se existe corrupto, a responsabilidade é do eleitor em seu município, porque lá que se elege.
De Abaiara a Fortaleza não há nenhuma diferença, porque o analfabeto político sempre está presente, e é como ele que o corrupto se elege, comprando votos da pobreza com pagamento de receitas, prestações, óculos, dentaduras, tijolo e os dois o que compra e o que vende são corruptos do mesmo jeito.
Se houvesse consciência de classe, nenhum empresário se elegeria, ou até mesmo seus aliados.



sábado, 23 de julho de 2016

A crise é ética e moral

Autor: Leonardo Sampaio

A crise existe
É ética e moral
Se tornou planetária
Em um mundo desigual
Quem sofre mais, são os pobres
Com a ganância do Capital.

A água está escassa
Já virou mercadoria
Nem as plantas resistem
Se compra na mercearia
E com o agrotóxico
Nem o pássaro se cria.

O golpe de Estado
Que está no Brasil
Foi dado por marginais
De forma bem sutil
Em nome da corrupção
Borrando o azul de anil.

O modelo idealizado
Neoliberal com exclusão
Rentista e extrativista
Levam até a educação
Junto com a saúde
Pra mercantilização.

Isso vira tragédia
Mas pode tirar lições
Que em vez de privilégios
Busquemos concertações
Sendo firme com a ética

Sem aceitar coalizões.

Para avançar na luta
Não a geopolítica do pré-sal
E ao modelo rentista
E ainda o ajuste fiscal
Nenhum direito perdido
Da política social

A agricultura familiar
E ecologia integral
São politicas sociais
E a luta é fundamental
Para se ter a garantia
Junto ao capital social.

Criar consciência critica
Rompendo o individualismo
E organizar o coletivo
Contra o consumismo
E a política de negócio
Própria do capitalismo.

Aos direitos negados
A luta é afrodescendente
É do pobre e do indígena
Que tem de ser insurgente
Com a dívida social
Que é direito existente.

Todo esse conteúdo
Foi no Curso de Verão
De dois mil e dezesseis
Que se fez a discussão
Juntando fé e política
Com uma nova reflexão.

Água, natureza e vida
Do golpe e a economia
Foram temas abordados
Política, fé e ecologia
E análise de conjuntura
Se estudava todo dia.

Fomos bem acolhidos
Só temos a agradecer
Quem fez a organização
Mostrando o bem querer
Em que o canto e a mística
Deu forma do bem viver.


22/07/2016

quarta-feira, 13 de julho de 2016

A luta de classe aflora no Brasil

Leonardo Sampaio

A questão do golpe contra a presidente Dilma Rousseff está relacionada à luta de classes contra negros, índios e toda a classe trabalhadora, tirando direitos trabalhistas, aposentadoria, benefícios de acesso a terra para trabalhar e morar. É um golpe político, em que o Temer, os partidos aliados, o judiciário, a mídia, simbolizam a chamada classe burguesa composta por industriais, banqueiros, latifundiários, etc., eles representam o conservadorismo colonialista escravocrata, o capitalismo neoliberal que em toda a história do Brasil usurparam os recursos públicos em benefício próprio. A corrupção faz parte do DNA do capitalismo e quem o representa. Essa corja de larápios dos cofres públicos  está a serviço do capital Norte-Americano e Europeu que querem voltar a dominar o Brasil, em busca de explorar as riquezas do país. Para isso, precisam acabar com o Mercosul, implantar a ALCA, entregar o pré-sal e desencadear a privatização para fortalecer domínio norte-americano e enfraquecer o BRICS para voltar ao FMI, pondo fim à soberania nacional. É isso que precisa ser compreendido, para entender o que está por traz do golpe.
O que está montado com o impeachment  é uma traição à sociedade brasileira, com um discurso mascarado de combate à corrupção. Em toda a sociedade sempre existiu sujeitos traidores independente da casse social, pois até na escravatura quem chicoteava os escravizados eram negros, que adquiriam certos privilégios na Casa Grande. Hoje vemos a classe média alta que foi às ruas por ter perdido alguns privilégios econômicos, ficar calada quando ficou claro que o golpe é apenas político, para acabar com a Lava-Jato, porque são os próprios que querem o impeachment os corruptos. Estão calados por quê? Ora! Já que essa mesma  classe social se beneficiou com o projeto desenvolvimentista do PT, que implantou políticas econômicas para todas as classes, mas em especial, elevou a classe trabalhadora ao patamar de melhoria de vida, reduziu o índice de miséria, investiu na educação permitindo que a classe trabalhadora chegasse às universidades e a formação técnica que garante emprego qualificado com bons salários.
A classe burguesa e a pequena burguesia que são bastante arrogantes, não aceitam a ascendência da classe trabalhadora, por serem compostas na sua maioria de negros e índios. A elite brasileira é extremamente racista, preconceituosa e discrimina as pessoas pela cor, o cabelo, a cultura, os costumes e por isso não se conformam destas pessoas estarem ao seu lado em aviões, restaurantes, hotéis, por exemplo.
Esse momento é de unir a classe trabalhadora em defesa da democracia, trazer a Dilma de volta, porque estamos diante da concretização de um iminente golpe de Estado, articulado por forças políticas e econômicas norte-americanas, que tem interesse nas riquezas do Brasil, como o petróleo e as privatizações, e para concretizar esses interesses contam com o judiciário e apoio da mídia que são instrumentos próprios da elite dominante.
Antes da votação na Câmara Federal que aconteceu no dia 17 de abril de 2016, participei de uma carreata em favor da Dilma e pude perceber a alienação que a mídia conseguiu passar para o povo, só falavam em corrupção, como se fosse essa a questão principal do país. A população que só tem acesso a comunicação de rádio e televisão da elite não tem as informações de que a crise é do capitalismo mundial e que o ataque seletivo ao PT é uma questão de luta de classes, é só lembrar do período do governo de Fernando Henrique Cardoso para traz, como era a situação de miséria, pobreza e o desmancho do Estado com as privatizações montadas em cima da corrupção, como foi no Ceará com o governo de Tasso Jereissati.

Não esqueçamos que o analfabeto político está em todas as classes, e é esse analfabetismo que leva à alienação, em que as pessoas não conseguem fazer a leitura do que está por traz das coisas. O “pior analfabeto é o analfabeto político” (Bertold Brecht), normalmente ele é conservador, porque lhes falta a consciência crítica, leitura de mundo e até se aceitar enquanto classe social.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Festas juninas


Leonardo Sampaio
As festas juninas remontam a colheita da produção agrícola, no Sertão Nordestino, é o momento de festejar a safra do milho, feijão, arroz, jerimum, melancia, batata, macaxeira, maxixe, quiabo e as frutas que se somam à fartura da culinária sertaneja, com tudo fresquinho para saborear como: canjica, cuscuz, bolo de milho verde, mugunzá, tapioca, feijão verde cozido com mistura de queijo, carne de capão, batata assada na cinza quente, a fogueira acesa e o forró rolando ao ritmo da sanfona de Luiz Gonzaga.
“O curioso é que os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses também faziam importantes rituais durante o mês de junho. Apesar de essa época marcar o início do inverno por aqui, eles tinham várias celebrações ligadas à agricultura, com cantos, danças e muita comida. Com a chegada dos jesuítas portugueses, os costumes indígenas e o caráter religioso dos festejos juninos se fundiram. É por isso que as festas tanto celebram santos católicos como oferecem uma variedade de pratos feitos com alimentos típicos dos nativos”. (Cintia Cristina da Silva – Como sugiram as festas juninas.)
Toda essa festança vem acompanhada de uma mística e fé que começa com o preparar da roçado e a chegada das chuvas no dia de São José, 19 de abril, seguindo para o mês junino com Santo Antônio em 13 de junho, o Santo casamenteiro, São João Batista dia 24 com as Quadrilhas Juninas e São Pedro dia 29, encerrando os festejos de muita animação.
“...a origem das comemorações nessa época do ano é anterior à era cristã. No hemisfério norte, várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no hemisfério norte. Diversos povos da Antiguidade, como os celtas e os egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam fartura nas colheitas. "Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram reproduzidos até por volta do século 10. Como a igreja não conseguia combatê-los, decidiu cristianizá-los, instituindo dias de homenagens aos três santos no mesmo mês", diz a antropóloga Lucia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
A escola deve ser o ambiente de estudo, de pesquisa e animação para a continuidade da tradição cultural mantendo a chita, o arrastapé e as comidas típicas dos ritos e manifestações dos povos de origem europeia, africana e indígena. Isso deve ser estudado como elemento da cultura ancestral, o que leva as gerações seguintes a não perderem as raízes da ancestralidade presente no sangue, na pele, na alma e no espirito.

Junho de 2016. Biblioteca Bem-me-quer - da Escola Bergson Gorjão Farias. 

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Abril, mês do livro infantil e da literatura infantil

Leonardo Sampaio

O mês de Abril é especial para literatura infantil e para o livro infantil porque o dia 2 lembra o nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, autor de histórias como O Patinho Feio e A Pequena Sereia e a data passou a ser comemorativa como o Dia Internacional da Literatura Infantil. Além dessa data, 18 de Abril é marcado pelo Dia Nacional do Livro Infantil, que homenageia o aniversário de nascimento do escritor Monteiro Lobato, não só porque produziu clássicos da literatura infantil, como as histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, mas também por ter traduzido e adaptado clássicos mundiais, como Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, e Robin Hood, lenda inglesa. São os precursores do gênero e que abriram caminhos no Brasil para nomes como: Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Pedro Bandeira, Tatiana Belinky, Lygia Bojunga, Ziraldo, Chico Buarque de Holanda, entre tantos outros.

No Ceará o gênero da literatura infantil aparece em livros de autores como: Rachel de Queiroz, Klevisson Viana, Socorro Acioli, Arievaldo Viana, Fabiano dos Santos Piúba, Almir Mota, Francinete Ferreira, Horácio Dídimo, Alvira Drummond, Fernando Paixão, Fabiana Guimarães, Tâmara Bezerra, Izaíra Silvino, Maria Casto, Rita de Cássio Magalhães, Eliane Santos e tantos mais. Essa produção literária trás o lúdico e o real que garante às crianças e adolescentes um passatempo prazeroso, levando em conta a faixa etária dos leitores. São leituras que, conforme Horácio Dídimo, proporcionam “divertir, educar, emocionar, conscientizar, instruir, integrar e libertar” e utilizam vários gêneros textuais, como: poesia, conto, poema, prosa, fábulas, trava-língua, parlendas e folclore que vêm acompanhados de belas ilustrações muito cobradas pelo público infantil. “Tio, mostra a imagem”, não basta só contar a história, querem ver a ilustração dos personagens.

A experiência que estou vivenciando na Biblioteca da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Bergson Gurjão de Farias é fantástica. Logo no inicio do ano letivo me apresentei como escritor, coisa inédita para as crianças, conhecer um autor de livro. Fiz uma conversa por turma dentro do espaço da Biblioteca, com todos os alunos e alunas sobre a importância do livro e o cuidado de preservá-los, apresentei minhas obras e como são simples de escrevê-las a partir de sua própria história, ou dos conhecimentos adquiridos. Posterior a essa exposição, as crianças puderam pedir livros emprestados e o resultado foi extraordinário, em menos de um mês mais de 200 crianças pegaram livros e no rodizio no mesmo período já haviam lido mais de 500 livros. Essa atividade é acompanhada pela professora Ivonice, readaptada, lotada na Biblioteca e eu no apoio, fazendo juntos a parte pedagógica em conjunto com as professoras, as coordenações pedagógicas e a diretora, o que faz com que essa  ação leitora já seja percebida pelas famílias ao ver as crianças chegarem em casa com o prazer de ter livros para lerem e responderem aos questionários sobre o que leram. Nos meses seguintes a procura de livros é crescente e as professoras começam a perceber o melhor desempenho das crianças leitoras.

Esse relato com essas constatações mostra o crime que foi fechar as bibliotecas de todas as escolas do Município de Fortaleza, desde 2013, com os livros de grandes autores sendo encontrados dentro caixas, armários e sem prateleiras para o acesso ao público leitor.


Viva a literatura infantil e viva o dia do livro infantil!