quarta-feira, 13 de julho de 2016

A luta de classe aflora no Brasil

Leonardo Sampaio

A questão do golpe contra a presidente Dilma Rousseff está relacionada à luta de classes contra negros, índios e toda a classe trabalhadora, tirando direitos trabalhistas, aposentadoria, benefícios de acesso a terra para trabalhar e morar. É um golpe político, em que o Temer, os partidos aliados, o judiciário, a mídia, simbolizam a chamada classe burguesa composta por industriais, banqueiros, latifundiários, etc., eles representam o conservadorismo colonialista escravocrata, o capitalismo neoliberal que em toda a história do Brasil usurparam os recursos públicos em benefício próprio. A corrupção faz parte do DNA do capitalismo e quem o representa. Essa corja de larápios dos cofres públicos  está a serviço do capital Norte-Americano e Europeu que querem voltar a dominar o Brasil, em busca de explorar as riquezas do país. Para isso, precisam acabar com o Mercosul, implantar a ALCA, entregar o pré-sal e desencadear a privatização para fortalecer domínio norte-americano e enfraquecer o BRICS para voltar ao FMI, pondo fim à soberania nacional. É isso que precisa ser compreendido, para entender o que está por traz do golpe.
O que está montado com o impeachment  é uma traição à sociedade brasileira, com um discurso mascarado de combate à corrupção. Em toda a sociedade sempre existiu sujeitos traidores independente da casse social, pois até na escravatura quem chicoteava os escravizados eram negros, que adquiriam certos privilégios na Casa Grande. Hoje vemos a classe média alta que foi às ruas por ter perdido alguns privilégios econômicos, ficar calada quando ficou claro que o golpe é apenas político, para acabar com a Lava-Jato, porque são os próprios que querem o impeachment os corruptos. Estão calados por quê? Ora! Já que essa mesma  classe social se beneficiou com o projeto desenvolvimentista do PT, que implantou políticas econômicas para todas as classes, mas em especial, elevou a classe trabalhadora ao patamar de melhoria de vida, reduziu o índice de miséria, investiu na educação permitindo que a classe trabalhadora chegasse às universidades e a formação técnica que garante emprego qualificado com bons salários.
A classe burguesa e a pequena burguesia que são bastante arrogantes, não aceitam a ascendência da classe trabalhadora, por serem compostas na sua maioria de negros e índios. A elite brasileira é extremamente racista, preconceituosa e discrimina as pessoas pela cor, o cabelo, a cultura, os costumes e por isso não se conformam destas pessoas estarem ao seu lado em aviões, restaurantes, hotéis, por exemplo.
Esse momento é de unir a classe trabalhadora em defesa da democracia, trazer a Dilma de volta, porque estamos diante da concretização de um iminente golpe de Estado, articulado por forças políticas e econômicas norte-americanas, que tem interesse nas riquezas do Brasil, como o petróleo e as privatizações, e para concretizar esses interesses contam com o judiciário e apoio da mídia que são instrumentos próprios da elite dominante.
Antes da votação na Câmara Federal que aconteceu no dia 17 de abril de 2016, participei de uma carreata em favor da Dilma e pude perceber a alienação que a mídia conseguiu passar para o povo, só falavam em corrupção, como se fosse essa a questão principal do país. A população que só tem acesso a comunicação de rádio e televisão da elite não tem as informações de que a crise é do capitalismo mundial e que o ataque seletivo ao PT é uma questão de luta de classes, é só lembrar do período do governo de Fernando Henrique Cardoso para traz, como era a situação de miséria, pobreza e o desmancho do Estado com as privatizações montadas em cima da corrupção, como foi no Ceará com o governo de Tasso Jereissati.

Não esqueçamos que o analfabeto político está em todas as classes, e é esse analfabetismo que leva à alienação, em que as pessoas não conseguem fazer a leitura do que está por traz das coisas. O “pior analfabeto é o analfabeto político” (Bertold Brecht), normalmente ele é conservador, porque lhes falta a consciência crítica, leitura de mundo e até se aceitar enquanto classe social.

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